quinta-feira, 8 de julho de 2010

" A Sina da História "

Desde pequena que odeio histórias . Se havia coisa que me aborrecia era isso.únicas histórias que tolerava à azia eram as que a minha Mãe me contava porque ela tinha e tem uma capacidade mestra para criar coisas como deve ser . Nos testes da escola passava porque a Coca-Cola já existia e porque admito que naquela altura tinha engenho para subornar gente .Actualmente tenho uma queda parva para dar tudo ao estado sem esmurraçar ninguém , consequência da tolice que vai emergindo e das histórias da crise que vou papando . Tenho de concordar que a memória a maior parte das vezes não é uma capacidade intelectual mas emocional .Isto é , as emoções que tenho pela História de Portugal têm sido tantas que me abunda a memória.Chauvinismos à parte . O meu irmão farta-se de me dizer que a vida é uma equação , sei que me retira qualidades quando lhe digo que a vida é queimar perguntas .
Lembro-me de estar no 5-º ano e de num teste ter escrito,numa pergunta que não sabia, isto :

A Dona Eureca em mil novecentos e troca o passo casou com um Camafeu quenão tinha umapernaderam-se mal porque tropeçaram um no outro e como o amor não se prende com pregos , a fragilidade de poderem dar um passo em falso trocou-lhes as voltas dos passos que já tinham dado . Nunca mais andaram à turras porque deram um passo e as suas vidas inclinaram-se para a delicadeza da humanidade .

dizia-me a professora

- Você até nem é parva, mas vai levar um recado para casa e escrever 100 vezes a palavra Urraca .


fiquei roxa e com vontade de espezinhar de qualquer maneira a Dona Urraca .Mandaram a minha mãe à escola e claro recebi castigo que sortia melhor efeito na altura .Um mês sem poder ir à pastelaria com as amigas comprar a língua da Sogra . Traumatizada hoje em dia além de detestar a Dona Urraca não tenho muito calor para dar a sogras .Na faculdade,passei a história porque a liberdade concêntrica provem da disciplina e do bom comportamento . Julguei que seria alegre para sempre , mesmo ao jeito das histórias mais piegas deste Universo.
Ontem dei por mim a encontrar estratégias para novas frases , isto é a ler História , o suficiente para tentar concorrer a um passatempo em que possa prosperar .As folhas caídas aos gritos a apontarem com o dedo caretas e eu lixada dos cornos. A perder o juízo enquanto testemunhava os acontecimentos mais chatos .Era ler e conformar .O fruto obrigado é o mais obstinado . A ler delicadamente numa agressividade interior sem freio . Oxalá um dia veja uma paisagem a olhar-me pela janela . Passaria a ser agressiva com a história e delicada interiormente . Juro que maltratava as folhas e lhes desenhava corninhos ... só para mostrar que a Sina de toda a História seria acabar posta com o corpo em movimentos alegres .
Descobri que um corpo influencia um discurso . Se deitarmos um corpo numa cama e pedirmos para falar... a moleza ... afasta o corpo do sítio onde se queria chegar .

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