sábado, 28 de novembro de 2009

" MACRO - RUINS "

Pessoas caladas e objectos gritantes. O ajuntamento a mover uma corrida de touros sem passagem terminal . Uma ponte aberta , comprometida com a honestidade , a Zilda corada dos encantos , a mastigar negrumes, dobrada sobre calças vincadas num rais ma parta de aldeia. Ratoeira de bestas sem eco ,a aldeia e os rebuçadinhos tossidos de mão fechada por dedos carnívoros , o conhecimento dos nossos por vir e a gripe do ar a refilar por

(escondida num puxador de porta )


célebres valores , devorados por objectos , actos de luxo na carpintaria a serrar instintos ousados , ouros de inverno a penetrarem futilidades de cachecol sem recuo , livros de letras em prisão domiciliária a soltarem as grades da prisão pública e a interromperem a sina de servos analfabetos e cruos .O que não se pensa tem o cheiro dos sofás desmontáveis , palpites de pó , ácaros num jardim de bordo de orelha a iludirem os jabardolas de tasca no pé , enquanto brindam às ceroulas de mesa que lhes raspam o calcanhar de Aquiles . O que é que vale mais ???????Um calcanhar de vidro ou umas meias de Aquiles ?????Depende da intensidade com que se derrubam , mas os calcanhares não aguentam batalhas pisadas e as meias se forem de Aquiles exercem a vaidoseira de um piropo zarolho . Independentemente de quebrarem a dignidade ou as contas .
Porque é que esta sociedade inventa um conto a fingir que não fez as contas?????

( e aqueloutra gripe amarelada no ar , ex- embonecada no cú saiu entristecida sem os dedos carnívoros que supostamente embriagariam as peles metidas em ceroulas de domingo à tarde )

beijo anti viral natural :P

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Códeas ao Lume

Costumava ver um velhinho branco , baixote , barba corcunda , a casa num trapézio a subir pelas costas , sacos de plástico a completarem seis assoalhadas ; o fogão ácido, feito beliche por cima de uma telefonia ruídosa , a generosidade de mantas e retalhos simpáticos a espreitar árvores pela nesga rota do saco verde ,brindando às nódoas .Loiças amareladas surradas pelo desprezo do que se cozinha na vida , encavalitadas aos avessos , sarna nos pés e segundo dizia


- Foi a minha Mãe que ofereceu


aproximei-me com a sandes , a afeição dos dedos segurou-lhe o saquinho castanho, destinado , julgo eu , à miséria e às dores ( sem preocupações públicas ou sociais ) , códeas na barriga , pregas a suar na testa , carrapatos nos calafrios da língua , a vergonha a dizer



-Não quer uma peça do meu fogão ?


(eu comovidíssima a rir para não chorar )


a cobrar dinheiro pelo fogão que não era nem meu , nem de ninguém , a cobrar dinheiro cada vez que vestimos as purpurinas da bazófia e na banalidade aguda entroncamos


- Foi a Minha Mãe que me ofereceu !


a borrifar-nos para o laçarote do embrulho , a decalcar-mos a expressão do preço , ou a apagarmos da memória o que lhes custou a pagar .



( os Pais com códeas na barriga , a amealharem a tesoura , o papel e a fita-cola para produzirem o laçarote num gesto de prenda )


mas tenho a certeza , uma voz funda reclama-o , esgrima e palpita , que muitos de nós amanhã acordamos e conseguimos perceber o significado que uma peça de fogão pode ter .


beijos e obrigada pelo apreço :P

domingo, 15 de novembro de 2009

" Insígnia - Ficante "

Descolam-se pelos cantos mofos, abeirados de córneas , a estabelecerem murros na mesa de plástico surrado dos loucos e cavaleiros dos albergues da vida , odiosos de serviços , famintos da sede ausente dos versos , que arrepiam aos desabafos, mães gretadas à janela a espreitar a sopa do convento . O sangradouro a notificar os afagos mortos pela peste


( os olhos )


- A sinopse da visão das coisas


Palácio altos onde o estar se esconde , ao longe considerado nunca demais , filhos do amargo com o amanhã a desbocar nas pedras calçadas antigamente numa sarna de vergonha e pegajosa .



- A presença de outros ...não sei de onde .



( óculos a verem o que se inscreve nas veias cardíacas )



Cafés , pópos e cunhas delicadas , vergas de aço pelas molas costadas de tais canalhas , vesgos , ladrões , fagulhosos , tratá-los como lixo de séculos de um povo por vir , que merece melhor gente , gente de sesta não é certamente ,para nos salvar de nós mesmos e de outrem .


- Os óculos ?


- Os óculos fumados não veêm e


as únicas insígnias ficantes são as palavras certeiras , em buraquinhos de sarilho para entre artelhos , hastearem bandeiras de aço .


um beijo cá de baixo a reguer o cimo do altar

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

" O Pensar é o receptáculo que o futuro extingue "

Passeava num jardim com uma colina ao largo , à alçada de um bando de bexigosos empoleirados em chinelos e bocas de rua , sujos , danados de vício , pratas a voarem na calçada vazia entre a cerveja ressequida e malcheirosa e o meu descabelar russo , residual , sabido de velhaquez , perante aquilo que não seguro para mim .
A Brasileira em solas de lã , depenicada na fussa , nódulos de acne , que fritavam no azul da tarde , sorriso desfalecido num eterno esgar de paciência ou talvez num raio de comoção tola que aproximava alegremente o assaltado desdém


( olha-me a fúria pelas costas )


os ténis a reluzirem as maravilhas de obrigação , andar perro , a pressa irritadiça para entrar ao serviço num dia aparentemente retardado por


(eu espreitei-a antes da fúria a assombrar , em meandros esfarelados de dó e simpatia )


( não viu a minha bisbilhotice )


- Vai ver o cú do Judas


meses que espaireciam uns sapatinhos novos , algures num dia inscrito na oportunidade de respirações brutas e rotas da labuta , a atrairem uma botique acima da média .


(ela solta na paz que Deus quer )


Abre o sorrisinho dos sapatos camursa , a estreia numa collant de vidro a compor os desacatos interiores e complexados que a enojavam quando nada tinha


( a cabeça pesava-me, a sua altivez à superfície não me tinha conformado com ideias)


(desejei-lhe azar , entre terços rezados do avesso para ver se invertiam os prenúncios da fidelidade das portas acastanhadas do céu)


os pés embonecados a fazer figura


(apercebi-me)


a esperteza a sair das bolsas que guardamos para o silêncio:


-Parece-me que não existem peitorais fortes , fitados por alguém que acredita não se notarem as alianças falseadas .


(pedregolhos interiores )


( ela nem ai nem ui )


(olha soltou-se de vez )


a fúria nas costas


( espreitei a derrocada antes de disparos alternados das bochechas , em meandros esfarelados de dó e simpatia )


parada na bisbilhotice e


( o Judas a ver-lhe o cú )


voltei a rezar o terço , agora da forma como deve ser , à espera que ela percebesse que os destroços eram interiores


( não feri ninguém )


e que o pensamento é o receptáculo que o futuro extingue


( a raiva a sair pelo nariz , a zona individual de funcionamento alérgico )


- Vá para casa ó chata miserável


reparei quando se virou ,que as bocas feitas terço de camursa ,não extinguem mas metem em vias de desilusão .


Um beijo a todos e bem - vindos á inauguração , que algum aperitivo vos tire a fome :P