sábado, 19 de dezembro de 2009

" Pragas Natalícias "

Tinha 6 anos . Reconheço que adorei quando me impuseram um Natal verdadeiro . Lembro-me de ter amuos valiosos ,rolando para um abismo o boneco do Pinto calçudo , numas rédeas de Salvador Dali

(eu a deitar bazófias pelos dentes )

com umas pestanas brancas de bruxa , a servirem de véu enquanto mirava uma correspondência que ao longo dos anos fui retraindo .
Ao leproso materialista ofereci um Santo de igreja sem réstias de nevoeiro dos candeeiros de adro , na mira de um poiso mais rendoso e caprichoso .
Actualmente continuo a adorar um Natal sincero e rogo destroços a todos os Lisboetas sem lei , àqueles que na berraria das Renas , à sombra do burro entram com o cão na Fnac e transformam os cinco dedinhos numa restroescavadora , a pilhas .Destesto as crueldades selectivas durante o ano inteiro , mascaradas nesta altura de Barbies das instituições , com o rego da insensibilidade à vista .
Abomino a serigaitice de espécie , danada de fome e afecto , coroada por lingeries de engate e remediadinha de alegria por bens que a sustentam .Detesto a merda dos 5o cêntimos pela luta contra o gracejo alheio , um eurozinho pelas hemorroidas do Rei enquanto mastiga o bolo , um eurozinho pela mortalidade das formigas albergadas nas fendas dos passeios da Baixa , um eurozinho pelo par de estalos às burlas que florescem com o musgo nesta altura e acabava por enriquecer a barriga com grandes sacos de trapo .
A loja da Nespresso a garantir que na compra de uns cromados para a máquina , oferecem o Clooney , a Media Markt numa fortaleza inexpugnável a dizer " Nós é que não somos parvos " e

( os tolinhos ao monte à porta do vidro da loja )

A PT com a mania que " o comando é deles " numa ira das metades deixadas a meio , o Pingo Doce de Janeiro a Janeiro a poluir-me os ouvidos com as musiquetas afoleiradas , o Saramago Cai-me da Mão e num gesto irregular quebra a unha do pé do Sacerdote que numa mudança de ângulo de visão acabou por dar o Sim aos casamentos heterosexuados ...e o melhor mesmo acaba por ser um cocktail de Ginjas , com os amigos de palito na boca rodeados de momentos milagrosos como o que tirou 2 dentes ao Berlusconi .

beijos e sorrisos cá bem do fundo , cheios de pureza !

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

" Focinho sem pisca "

A Dona Elvira , mulher de samarras a roçarem grossura idêntica a um cobertor num chão do litoral , orelhas da linhagem de um Dumbo fugido do curral do metro , onde uma fleuma de popa no cabelo costumava instigar cambulhos nas conversas com as amigas . O seu caga-tacos da avenida ,


(sufoco de carniceiro )


mãos da cor das febras que enegrecem os churrascos repicados pelas brasas dos funcionários de folga , palito espetado no sugo da boca , a segurar alguma verdade útil , ou apontamento que não se esquece , buracos de dentes sem bóias para os sisos mal amados , enquanto prende as mucosas com a impressão do inverno de manhã à noite .


-O Zé anda a ver se me tranca !


(as amigas numa junção de panfletos cautelosos e de rifas conspiradoras ao entreterem o fim de semana com a amante )


- Espreita-o



- A traição é como as collants de vidro , tranparente (retorquia uma )


- Não se vêem lencóis flutuantes ao longe , contudo dá-me a impressão de que sinto uma picada a esburacar a pele num arranhão de mártir .


As confirmações chegam mórbidas , caladinhas de falta de vergonha , odiosas nos calafrios e embelezadas numa flanela surrada que alegrou outras quatro paredes


e só imagino o camionista sem pisca , a mulher lixada por não entender a direcção do marido , a espiar escondida atrás de arbustros , a soluçar da cabeça um teléscópio que lhe confirmou a raiva , a compreender que ele não virou para o bem , não foi afinal a impressão esburacada , o puzzle completou-se e ele anda debruçadinho de joelhos a pisar o mal sem recuos .

Só posso aconchegar a mulherzinha dizendo que os arranhões auto infligidos de mártir não se vêem, mas acabam enrolados numa caixinhinha que voou pela janela com o ouro e as bijuterias à qual se juntou o arrependimento de meia idade , sem a idade emocional completa .


beijos e vivencias puras :P muah

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

" Encosta-te a ti "

A cabeça na eira postiça , a enervar , a enervar-se , dois dedos de maciez branca , o reposteiro da gestação a atiçar marcas de queimadura , a enervar-me , a dor e o passado colados aos papelinhos , sentados , a tossir nas ramificações de botão desculpado e aceso , apetecia-me pegar na caneta e mordiscar


-Tens camionetas sem posto de abastecimento , nessa estrada do interior


a altivez , sacudir o resultado da força de pneus furados à distância , uma magreza embrulhada nos quadris , numa mantinha de pacote roubado à serenidade do que se armazena a refilar


(enerva-te )



às ondas , receios de elástico frágil , que se torce e regressa a pé , manipulado por cristais metidos no ouvido enervado .Chifres , ossos e cabelos a levitarem entre prateleiras rarefeitas de espaço a catalogarem que


(os búfalos primeiro )


acabam a boiar sozinhos , num arrozal de cadáveres indignados , pelo vazio vindo daquele prenúncio de vento , sem partículas


um beijo aos meus amigos :P

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

" Agro Betos a cavalgarem jeitos de ovelhinha"

Pelas oito do dia , dessa farda de novembro sem sol , o moço habitava-se de uma angústia à janela . A violenta pose , redescoberta de uma morte a cheirar


(quatro raquíticos pingados de crânios embrutecidos )


rabiosques de renas na mesa de Natal , luzinhas de vitrine semáforo- idílica , neve de inverno a refilar ao musgo seco pelas lastimas de aguardente , ombros numa complicação de cordéis por segurar os astros do Natal e

ao ver planícies com laçarotes na bexiga , que não pingam gotas durante o resto do ano , a urina é pré natalícia .O livro do Saramago Cai-m da mão para sustentar alturas à cabana do presépio , vacas em buzinas metálicas agrupadas em espalhafatos de coberturas de cama efusivas , São Josés a esmifrarem à televisão ajudas ao banco alimentar , no pavor imediato de que o Pai Natal adormeça a chegada , o Pai Natal ou o Pai Deus durante o Natal , nunca percebi bem .


- A ovelha é tão simpática .


Os convidados do bolo do Rei Magro com saliva nas fatias , não fosse a taluda nma réstia de brinde , fazê-los pagar outro bolo ao mordomo da cabeleireira antipática , prima de um dos Reis Vagos de consumo .


- Basta de troça , faz um esforço , uma regra que se erre uma vez desastradamente .



Olheiras sentadas na bancada de circo sem cheiro , a submeterem patas de urso na arena dos espetos que as crianças aprendem numa selvejaria de gracejo .
O dia dos toscos , o dia dos seios agressivos , o dia da cirrose mascada , o dia do absolutamente necessário que se saiba


( o miúdo cansado e)


à espera que a ovelha saísse do presépio por não conseguir pregar o sono às estacas que a sabiam negra .




Beijos e cuidados natalícios adoro-vos :P

sábado, 28 de novembro de 2009

" MACRO - RUINS "

Pessoas caladas e objectos gritantes. O ajuntamento a mover uma corrida de touros sem passagem terminal . Uma ponte aberta , comprometida com a honestidade , a Zilda corada dos encantos , a mastigar negrumes, dobrada sobre calças vincadas num rais ma parta de aldeia. Ratoeira de bestas sem eco ,a aldeia e os rebuçadinhos tossidos de mão fechada por dedos carnívoros , o conhecimento dos nossos por vir e a gripe do ar a refilar por

(escondida num puxador de porta )


célebres valores , devorados por objectos , actos de luxo na carpintaria a serrar instintos ousados , ouros de inverno a penetrarem futilidades de cachecol sem recuo , livros de letras em prisão domiciliária a soltarem as grades da prisão pública e a interromperem a sina de servos analfabetos e cruos .O que não se pensa tem o cheiro dos sofás desmontáveis , palpites de pó , ácaros num jardim de bordo de orelha a iludirem os jabardolas de tasca no pé , enquanto brindam às ceroulas de mesa que lhes raspam o calcanhar de Aquiles . O que é que vale mais ???????Um calcanhar de vidro ou umas meias de Aquiles ?????Depende da intensidade com que se derrubam , mas os calcanhares não aguentam batalhas pisadas e as meias se forem de Aquiles exercem a vaidoseira de um piropo zarolho . Independentemente de quebrarem a dignidade ou as contas .
Porque é que esta sociedade inventa um conto a fingir que não fez as contas?????

( e aqueloutra gripe amarelada no ar , ex- embonecada no cú saiu entristecida sem os dedos carnívoros que supostamente embriagariam as peles metidas em ceroulas de domingo à tarde )

beijo anti viral natural :P

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Códeas ao Lume

Costumava ver um velhinho branco , baixote , barba corcunda , a casa num trapézio a subir pelas costas , sacos de plástico a completarem seis assoalhadas ; o fogão ácido, feito beliche por cima de uma telefonia ruídosa , a generosidade de mantas e retalhos simpáticos a espreitar árvores pela nesga rota do saco verde ,brindando às nódoas .Loiças amareladas surradas pelo desprezo do que se cozinha na vida , encavalitadas aos avessos , sarna nos pés e segundo dizia


- Foi a minha Mãe que ofereceu


aproximei-me com a sandes , a afeição dos dedos segurou-lhe o saquinho castanho, destinado , julgo eu , à miséria e às dores ( sem preocupações públicas ou sociais ) , códeas na barriga , pregas a suar na testa , carrapatos nos calafrios da língua , a vergonha a dizer



-Não quer uma peça do meu fogão ?


(eu comovidíssima a rir para não chorar )


a cobrar dinheiro pelo fogão que não era nem meu , nem de ninguém , a cobrar dinheiro cada vez que vestimos as purpurinas da bazófia e na banalidade aguda entroncamos


- Foi a Minha Mãe que me ofereceu !


a borrifar-nos para o laçarote do embrulho , a decalcar-mos a expressão do preço , ou a apagarmos da memória o que lhes custou a pagar .



( os Pais com códeas na barriga , a amealharem a tesoura , o papel e a fita-cola para produzirem o laçarote num gesto de prenda )


mas tenho a certeza , uma voz funda reclama-o , esgrima e palpita , que muitos de nós amanhã acordamos e conseguimos perceber o significado que uma peça de fogão pode ter .


beijos e obrigada pelo apreço :P

domingo, 15 de novembro de 2009

" Insígnia - Ficante "

Descolam-se pelos cantos mofos, abeirados de córneas , a estabelecerem murros na mesa de plástico surrado dos loucos e cavaleiros dos albergues da vida , odiosos de serviços , famintos da sede ausente dos versos , que arrepiam aos desabafos, mães gretadas à janela a espreitar a sopa do convento . O sangradouro a notificar os afagos mortos pela peste


( os olhos )


- A sinopse da visão das coisas


Palácio altos onde o estar se esconde , ao longe considerado nunca demais , filhos do amargo com o amanhã a desbocar nas pedras calçadas antigamente numa sarna de vergonha e pegajosa .



- A presença de outros ...não sei de onde .



( óculos a verem o que se inscreve nas veias cardíacas )



Cafés , pópos e cunhas delicadas , vergas de aço pelas molas costadas de tais canalhas , vesgos , ladrões , fagulhosos , tratá-los como lixo de séculos de um povo por vir , que merece melhor gente , gente de sesta não é certamente ,para nos salvar de nós mesmos e de outrem .


- Os óculos ?


- Os óculos fumados não veêm e


as únicas insígnias ficantes são as palavras certeiras , em buraquinhos de sarilho para entre artelhos , hastearem bandeiras de aço .


um beijo cá de baixo a reguer o cimo do altar

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

" O Pensar é o receptáculo que o futuro extingue "

Passeava num jardim com uma colina ao largo , à alçada de um bando de bexigosos empoleirados em chinelos e bocas de rua , sujos , danados de vício , pratas a voarem na calçada vazia entre a cerveja ressequida e malcheirosa e o meu descabelar russo , residual , sabido de velhaquez , perante aquilo que não seguro para mim .
A Brasileira em solas de lã , depenicada na fussa , nódulos de acne , que fritavam no azul da tarde , sorriso desfalecido num eterno esgar de paciência ou talvez num raio de comoção tola que aproximava alegremente o assaltado desdém


( olha-me a fúria pelas costas )


os ténis a reluzirem as maravilhas de obrigação , andar perro , a pressa irritadiça para entrar ao serviço num dia aparentemente retardado por


(eu espreitei-a antes da fúria a assombrar , em meandros esfarelados de dó e simpatia )


( não viu a minha bisbilhotice )


- Vai ver o cú do Judas


meses que espaireciam uns sapatinhos novos , algures num dia inscrito na oportunidade de respirações brutas e rotas da labuta , a atrairem uma botique acima da média .


(ela solta na paz que Deus quer )


Abre o sorrisinho dos sapatos camursa , a estreia numa collant de vidro a compor os desacatos interiores e complexados que a enojavam quando nada tinha


( a cabeça pesava-me, a sua altivez à superfície não me tinha conformado com ideias)


(desejei-lhe azar , entre terços rezados do avesso para ver se invertiam os prenúncios da fidelidade das portas acastanhadas do céu)


os pés embonecados a fazer figura


(apercebi-me)


a esperteza a sair das bolsas que guardamos para o silêncio:


-Parece-me que não existem peitorais fortes , fitados por alguém que acredita não se notarem as alianças falseadas .


(pedregolhos interiores )


( ela nem ai nem ui )


(olha soltou-se de vez )


a fúria nas costas


( espreitei a derrocada antes de disparos alternados das bochechas , em meandros esfarelados de dó e simpatia )


parada na bisbilhotice e


( o Judas a ver-lhe o cú )


voltei a rezar o terço , agora da forma como deve ser , à espera que ela percebesse que os destroços eram interiores


( não feri ninguém )


e que o pensamento é o receptáculo que o futuro extingue


( a raiva a sair pelo nariz , a zona individual de funcionamento alérgico )


- Vá para casa ó chata miserável


reparei quando se virou ,que as bocas feitas terço de camursa ,não extinguem mas metem em vias de desilusão .


Um beijo a todos e bem - vindos á inauguração , que algum aperitivo vos tire a fome :P