sábado, 1 de dezembro de 2012

" Ípsilon de ontem "

Faço por tudo para não dar o prazer do meu gosto e do meu dinheiro ao esvairado do espírito de seu nome belmiro de azevedo.Evito pois a worten , o continente e o público.Detesto capitalistas gananciosos que enriqueceram com  práticas de corrupção e intrusão no 25 de Abril de 74 e que hoje vivem à coca da miséria dos que os rodeiam.E detesto-os porque o meu avô foi um dos alvos dessas nefastas práticas repugnantes que outrora eram ainda mais gritantes, porque para a auto- apoderação de bens que não eram deles, não existiam tribunais e juízes, sequer leis que minimamente julgassem determinados comportamentos deploráveis. Abomino aquele olhar dos que se aproveitam dos restos que a pobreza gosta de ter . Por um Mundo mais pacífico e justo , que não é o mesmo que tolerante relativamente a certas seitas comunas , confesso a defesa acérrima por uma prisão perpétua ou  pena de morte para todos estes fascistas e prevaricadores.E sinto isto porque cada vez mais me considero das pessoas mais pacifistas em prol de um Mundo mais Digno.Quem acha que a Paz não comporta gerar um conflito é um cú inerte sem terra e sem ideologia. Porque são as discussões por vezes bravas que fazem a justiça florir ou a regulamentação outorgar . Desabafos à parte .
Ontem vi-me forçada a comprar o público , ainda estou meio desvairada , mas a razão que me moveu é  jubilar : Al Berto na capa e 5 páginas no interior, soberbas que me comoveram por dentro e deram a conhecer depoimentos de amigos e certas curiosidades que desconhecia .
A única coisa que à semelhança deles já sentia é a de que : " A sua ausência é quase um grito ".
Como é uma gritaria a saudade de novos poemas do Manuel António Pina .Como enfim de tantos outros como José Saramgo, etc ...
Deixo-vos uma das respostas à entrevista de Al berto à revista Ler em 1989 :

Este Não - Futuro que a Gente Vive
Será que nos resta muito depois disto tudo, destes dias assim, deste não-futuro que a gente vive? (...) Bom, tudo seria mais fácil se eu tivesse um curso, um motorista a conduzir o meu carro, e usasse gravatas sempre. Às vezes uso, mas é diferente usar uma gravata no pescoço e usá-la na cabeça. Tudo aconteceu a partir do momento em que eu perdi a noção dos valores. Todos os valores se me gastaram, mesmo à minha frente. O dinheiro gasta-se, o corpo gasta-se. A memória. (...) Não me atrai ser banqueiro, ter dinheiro. Há pessoas diferentes. Atrai-me o outro lado da vida, o outro lado do mar, alguma coisa perfeita, um dia que tenha uma manhã com muito orvalho, restos de geada… De resto, não tenho grandes projectos. Acho que o planeta está perdido e que, provavelmente, a hipótese de António José Saraiva está certa: é melhor que isto se estrague mais um bocadinho, para ver se as pessoas têm mais tempo para olhar para os outros.


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