ram conservadoras. Ainda
não pensavam e já eram velhas. E como tal resumo o que aconteceu na
passada 4ª feira ao seguinte: não advogo a violência, mas também não
gosto de ser manietado. Não sou agressivo, mas não gosto que me
empurrem. Não bato gratuitamento, portanto também não gosto de levar
porrada. Dia 14 de Novembro de 2012 foi dia de greve geral. E, no geral e
como habitual, praticamente apenas a função pública parou. Mea culpa
porque eu trabalhei e não contribuí para os milhares que sairam à rua.
Mea culpa apenas por isso, porque vontade de atirar pedras não falta!! E
é violento. É! Mas isso diz alguma coisa da minha personalidade? Apenas
se quiseres saber o que faço quando me tentam roubar? Só se não
conseguir é que não parto as trombas a alguém. Talvez devesse ligar à
polícia. Mas se me roubassem o smartphone e a carteira teria que ir a um
café e talvez não me dessem crédito. Enfim, atirar pedras: os meninos e
meninas descalceteiros talvez não se confundam com os milhares que
agora vem condenar tais actos. Mas para os milhares que preferem fazer a
conversa mole, dia após dia, ano após ano, vida após vida; numa
qualquer pausa passageira de café sobre o "país que temos", os
"governantes que temos", os "ladrões que temos" ou o "mau que isto
está"; esta deverá ser a melhor resposta a ter. Pedras da calçada para
cima!! E se é dos polícia? Lamenta-se. Mas, desculpem: os polícias
servem para prender os criminosos. Agora, se o problema da modernidade
surge quando o revoltado atira a primeira pedra e não quando o Estado e o
serviço público é vilipendiado, eu prefiro colocar-me do lado contrário
à modernidade e passar a pedra ao descalceteiro!! Não gosto nada de ver
pessoas a apanhar bastonadas da polícia, mas meus amigos: se a polícia,
num cenário de crise apenas age em função dos interesses dos corruptos a
única resposta possível é: mais pedras para cima deles. Se a
intelligentsia policial e a organização neste tipo de situações tem
apenas como critério único malhar em cima dos manifestantes, sejam
velhos ou novos, crianças ou adultos: pedras para cima deles. Se os
infiltrados conseguem perceber cerca de 20 a 30 pessoas envolvidas no
apedrejamento da polícia e mesmo assim o comando decide
"indiscriminadamente": pedras para cima deles! Em todo o caso, não me
entendam mal e o meu objectivo e opinião são claras: eu não contribuí
para esta "crise" e julgo que quem decidiu comprar uma casa a crédito
também não. Posso preferir arrendar, mas isso é a minha estratégia de
vida. O que quero dizer é: fazerem crer que esta merda toda é porque
andámos a viver acima das nossas possibilidadezinhas é, e lamentem o meu
vernáculo, confudir o olho do cú, com a feira de Borba!! Os causadores
desta situação toda continuam com o controlo do poder político e
económico e continuam a lucrar com o estado actual do país e, do
liberalismo, em geral. E se uns milhares se manifestam contra as
políticas actuais e com a falta de soluções para a economia e emprego
ainda levam bastonadas: PEDRAS PARA CIMA DELES! Reduzir esta situaçõe
toda a confrontos entre a polícia e manifestantes é um fait divers para
alimentar telejornais e narrativas bolorentas. A verdadeira questão é:
quando é que a polícia perda a sua linha de comando, com todos os seus
interesses instalados, e morde, também ela, a mão ao seu amo?! Esta
opinião começou também por um desabafo simples sobre o facto do conflito
e confronto directo ser algo que choca a consciência de base tuga.
Adoramos vincar o facto da Revolução de Abril não ter tido vítimas ou
derramamento de sangue. No entanto, a sociedade portuguesa viveu
amordaçada e violentada 44 anos sem que uma catarse tivesse explodido na
tromba de uns quantos. Meus amigos: pedras para cima deles que não lhes
faz mal!!!
Ricardo Oliveira Silva , subscrevo-o inteiramente , e a confusão que fazem do "olho do cú , com a Feira de Borba " está genial !
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