Estou farta de narizes esquisitos .Nunca percebi bem esta ideia de Deus se meter em faces sôfregas a criar dois buracos
( a bem do pólen e da ramificação da pobreza )
a meio da cara . A miséria é assim começa na extinção da língua e evolui até às arestas derrubadas nos olhos .
-Ai que narizinho tão engraçado !
como se ter sardas me afastasse de todas as coisas que não têm graça nenhuma .
Quando me encosto ao jardim, almofadada de renite alérgica ora pela toxicidade da pomba zonza , ora pelos ramos de uma árvore que me enfurece com um vermelho nervoso a parte branca dos olhos , o nariz vibra e a custo supero todas as dificuldades .Ao redor velhotas com a cabeça num saco de plástico desbotado , a fome de uma sopa na cara a meio , a meio do quê?da cara? ou da tarde?
-Ai que narizinho tão engraçado !
( à segunda já me cheira mal )
o cheiro de atum depenicado dos pacotes de leite sem ventre , a gula das autarquias a espevitar pelo buraco do saco de plástico , amarelada de azia, encastrada no veneno das pétalas , que seguram algum bacio para ratos .
Como é que alguém nos cora quando parece que estamos com um ramo de rosas enfiadas no nariz ?É contraditória esta imobilidade e dá a entender que nos querem a apneia até ao resto dos nossos dias.
Sempre achei que o avesso e o directo são tão frágeis . Tal como o sofrimento de que tu não falas .
E por tudo o que é pedido só me apetecia pegar num grupo de pobres e faze-los notar em breve .
(à espera que alguém lhes diga : )
Ai que narizinhos tão engraçados !
enquanto todo o cheiro putrefacto , fétido, era eliminado dos corações dos jardins para regalo de narizes corados de um alegria com jeito .
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