segunda-feira, 10 de maio de 2010

" Bloqueei-te porque ..."

Com o respeito sou supersticiosa . Quando te vi numa voz roufenha , rostozinho amarelado das lombrigas do refugado de sábado à tarde , apeteceu-me com uma caneta corrigir a esterilidade de núpcias que vives .Tive pena e por momentos quis rapar o tacho desse teu almoço .Não era uma pena do tamanho da vontade de um garfo ou colher ...porque para os gritos afundados que antigamente me resfolgavam alto ... eu não tenho a portinhola aberta . Fecho o tampo a esses tiques .Gosto que os meus ouvidos tenham vida própria até à velhaquice ou à velhice . A velhaquice só é chata porque interfere um bocado com a vista ...costumo dizer


" - Até à vista ! "


e a velhice é insuportável só porque nunca se sabe quando é que os seios começam a ressonar coisas .


Para mim é aborrecedor desaparecer nas curvas e nas existências discordantes acho isso uma foleirice retesada . Gosto de estalidos secos que parecem uma carruagem de mentiras como um


-até logo que não venho mais para me apoiar na tua sentimentalidade


rias-te e até foste à casa de banho buscar um lenço de aldeia como plataforma fingida de sossego .

rio que segue o seu ciclo sem fronteiras .


Quando me viste puseste o teu temperamento linfático número 12 a achares que me roçava uma paz de borboleta esvoaçante .


-Até à vista , disse eu


numa exaltação triste com toques de Fernando Pessoa limpaste as lágrimas e


-Velhaca !!!!!!


até à velhice que eu prefiro que ressones pelos meus seios a andares a limpar lágrimas secas .

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