quarta-feira, 24 de março de 2010

" As nervuras da memória que é como uma rosa "

-Levo-te sempre comigo , dizia-te a sede !

-Eu sei , respondias com um ego enterrado na zona sub - lingual .

Agora pesas-me como chumbo , portanto deixei-te escorreita ao sol à espera da vaga num banco do jardim , a contar as folhas do rosário, onde os cães mijam sem licença de medo .

-Não queres ficar aqui comigo , insistias

Pirei-me , só para não dividires comigo a tua amargura sem terra fértil .

Conclusão : Quando algo sai rente aos lábios parte os dias a qualquer um .


Com aquela memória nervosa dos espinhos da Rosa , que à uns anos me ofereceste e que afinal foste tu que ficaste a segurar o ramo, num esguicho de sangue .

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