segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

" A Peneirosa que só vale uma bica "

Uma prima minha , daquelas soltas de envergadura fêmea , buço cavernoso , miopias encastradas em olhos de veneno , casaco desbotado no penúltimo botão a mostrar umas pernas tolas a tropeçarem uma num braço outra nos rodeios gerais da cabeça , daquelas fulanas afastadas , 6 grau de linhagem da acidez de um vinagre dito milagroso lá para Vila do Conde , utilizado em refugados para despegar as pedras do passeio das paredes aflitas dos rins , enfiadinhas como agulhas a gozarem as dores na urina .

De cabeça para baixo a apanhar o anel que o namorado de infância , à custa do fenómeno emancipado , sob desconfiança ( de uns canos amarelados das máquinas de lavar roupa , de repente reutilizáveis em sanitas sós que não recolhem mais do que uma póia por dia ), numa caixa cheia de medo , na dúvida se lhe comia com subtileza o coração , ou fugia eremita de vez enquanto


( a atirar um mexerico implacável )


a peneirosa da quarentona , exibe fatiotas de duquesa , afiambrada ao dinheiro , cabrinha em pézinhos sem pudor de lana caprina a expor a família a aversões


( eu a pensar se os fonas se intimidam ou se passeiam em exposições de canário em riste , como as ginjas brincam dentro da garrafa às sozinhas habituais )


lata de cusca do salmão e da mono orelha do toucinho , embala de susto até a estátua irrequieta de azares , inaugurada num centro comercial a fugir


(dos domingueiros que a tocam como se beijassem o cú a um padroeiro desconhecido )

para um jardim , que o município vendeu a um pobre aflito que empreendia prédios com os legos da puerícia , antes de a mulher ir ao cabeleireiro esticar as unhas e tonificar a testa ao som dos carrapatos que circulavam no ar , aplicarem-lhe um gel da marca das ampolas que se tomam para as maminhas crescerem e


(metida dentro de mim a imaginar as mamas a crescerem-lhe , enquanto retocava mindinhos gastos pelas costas vergadas a saxar o mato )


aparar o cabelo como se podasse um bonsai sem rega , a dominar o marido e os seus protestos de sábado à noite , a dizer falta dinheiro para ir assistir às novas chuteiras do benfica ao vivo , da Tv não se percebe que os fluorescentes são ranhosos .
O cabelo amestrado a acreditar que chuva civil , jamais a fará esticar o pernil ao seu momento de relaxe e ousar meter-se fora da gabardine de pele de orangotango que desfaleceu , sem querer com uma paulada no occipital , jurando um homem a acudi-lo , que não foi por mal .


(a roubar-lhe o líquido das unhas para pôr no nariz , a ver se me cresciam botas caras no armário , sem os afazeres de relógio fúteis , postos em retinas sociais, aguentá-la levemente )


- Deu um euro à cabeleireira e obrigou-a a entregar


( um secador de rifas , debaixo do braço curto , que a vaga de stress da clientela e a estupidez não descobriram )


50 cêntimos de troco ou ficava a acumular para a próxima gorjeta de missa , sem o menino apto a bajularem-lhe o cú


(que descaro )


Eu só concluia para mim que , os tio patinhas e as cinderelas patinadoras em ringues caseiros de pataniscas secas não tinham rodeios de valerem menos que uma unha mindinha aberlocada de gel , vaidosa plintrice a estagnar no buraco da orelha , cada vez que alguém os obrigava a abrirem o amago , cabisbaixo de tanto gentil , para chegarem no pelotão da frente e me pagarem uma rodada de ginjas , enquanto eu tentava segurar o secador que a peneirosa tinha deixado em cima do balcão do café , numa azáfama a troco de foleirice .


Um beijo e uma folha de paz a cada um :P

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