sábado, 10 de março de 2012

" Plateau "

Hoje vou a uma festa de anos . E sei que vai comportar algum sossego ver gente do passado.Gente a quem eu perturbei, por me ter passado um relâmpago parvo na cabeça e ter consentido ser amante por uns meses.Gente que queria mudar a vida por mim , mas a quem eu não dei sonhos , só atitudes psíquicas e foi um contra-gostinho lixado . Pessoa de meandros fáceis ,visíveis sem uma parte analítica , o que para mim foi aberrante.E como a minha máquina do devaneio hoje em dia anda com os turnos certos , estou para ver uma cara talhada , mesmamente ocupada ,com uma visão de vida errada e desgostosa na boca a sussurrrar-me dramatismos e a implorar-me futuros cafés. Sei que lhe vou mandar ir brincar aos movimentos das pernas na rua ou chorar ao Tejo o domingo à tarde. Sei que me vai tocar ou agarrar ... e nesse ímpeto de posse eu : - Puta essa tua ideia de falta de razoabilidade nos dedos . E vai-me soltar sem que cruzemos o olhar .Quem não aprende/educa não pode meter na cabeça comportamentos de preensão , mas pode manifestá-los sem a propensão de terceiros porque a mim só me preocupa o que vejo na razão. Quando não vejo nem razão nem emoção ... o teatro perde a aristocracia supostamente destinada aos valores nobres e o facto do pano cair ... não me diz nada ...

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