"Eu hei-de amar uma pedra " do meu mais Lindo , António Lobo Antunes .
Amo-o porque tudo o que diz é soberbo . Cada frase , cada livro , rezo a Deus para que ele viva até aos 100 e ainda oiça o meu telefonema de ano a ano , porque não o quero incomodar .
A fractura que exibe faz-me saber que tal como ele não regulo dos cornos.Nunca regulei mas agora assumo-o com mais caridade. É um apego da merda , sentir isto .
Ainda ontem a minha Mãe me dizia que em pequena ficava horas com uma tesoura a cortar papelinhos, todos do mesmo tamanho. E que ela achava aquilo muito estranho .Depois escondia sacos de papel no armário e quando a empregada limpava o quarto ia 5 vezes à rua ,levar os sacos do meu quarto. Foi uma pancada de anos, isto começou aos 7 .Depois lembro-me que veio a pancada de usar pensos nos dedos .Anos também .Hoje em dia são as palavras no dicionário , numa busca anormal e diária e a teima de usar chapéu em casa . Já para não falar do ódio que me dá lavar o cabelo. Fico irritadiça e faço uma birra como as crianças . Amuo e azocrino a porta da casa-de banho .
Mas o que mais gosto é disso de me apegar ao facto de não regular ou de desregular numa leveza de criança .
Como no outro dia : A stôra é Zon ou Meo?
- Gosto de comer bolo de chocolate aos domingos e o miúdo partiu-se a rir e pronto . Fez-se-me um arco íris na cabeça , porque não sei o que sou em casa , na tomada da ficha. Não vejo televisão e o meu quarto fala .As folhas do quarto falam-me à noite .Os livros cantam . Há sempre dois ou três autores que me comovem a cama , antes de adormecer .
O novo livro do meu António chama-se " Não é meia noite quem quer " e se isto não é de génio , de vulgar das rotinas não é decerteza . Contempla arte .Tudo o que descontrói para mim contempla uma beleza tramada, porque nunca gostei da nhonhozice plana. O António e o Ricardo Araújo Pereira conseguem-me isso .O Valter Hugo Mae já me irrita , é muito bonzinho , mas enerva-me é maricas de mais , parece que quer colo e não o compro mais . Já lhe disse que a pieguice enjoa . Ele riu-se a achar aquilo elogio. A piegas tenho de ser eu . Os outros não se me podem passar essa imagem que me zangam. E quando me aborreço sou um monstro .
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