quinta-feira, 31 de março de 2011

" Diálogos "

Fumavas com o teu ar de 35 anos.Tinhas gestos de cabra putativa e carência a empurrar algo mais. Estávamos numa festa em comum , deste-me boleia desde a tua regaleira da descoberta até ao Bairro alto e dizias : -Não percebo porque é que estou a dar boleia à tua omnipotente solidão?(ela) - Estou com alguém , a rir-me , respondi ,desculpa !(ele) -Alguma vez quiseste que eu estivesse sozinho?(ele) - Tens uma cara de defeito ,parece que tentas renascer-me com alguma atenção .(ela) -Sou algum moço de recados ?(ele) - Um dia chego ai e vejo-te no meio da papelada , morto de cansaço pronto a encaixotar . (ela) -ganhei medo a mortos , dizia ele. - O medo atrai a desgraça (ela) -Ganhei medo a mortos mas esta pele da memória exala o teu desastre e não me faz confusão. Se calhar enquanto eu andar no meio da papelada a encaixotar a tua desatenção , talvez possas andar a lamber o bolor inocente da insónia, morta de esperança.(ele) -Andas roído pelo posteridade? (ela) - E tu andas a esquivar-te à morte do presente .(ele) -Cultivas o vício da paixão , és um sacana .(ela) -E tu pelos vistos tornas até os breves dias ...impossíveis,porque falas neles de forma prolongada .(ele) -A tua morte alivia-me do medo de morrer de amores por ti (ele) Até para morreres transtornas as ondas , o sol e o silêncio (ele) Não vales a putatividade de tanto gesto fora da roupa. -És uma sucessão de faltas que me animam , confessou ela e ele deixou-se cair para cima dela num beijo longo , completamente fora da mísera ficção de cada um . O amor aconteceu , porque apesar de dois corpos unidos pela vontade o caminho alegre segue sempre qualquer osso iluminado . Acabaram a chocar ossos logo pela manhã , contra a vontade dela que prefere carinhos de choque só pela noite dentro . (para ti , L)

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