quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

" Labirinto da Saudade "

Por estes dias tenho andado a pé dentro do" Labirinto da Saudade" do Edurado Lourenço , livro emprestado pelo meu Amor , uma autêntica psicanálise do nosso comportamento sem complacências.
O Eduardo com uma analise sóbria e estruturante , eu diria soberba, aponta o facto de nunca nos termos levantado até à plena assumpção  da maturidade histórica , para ousar subsistir .O nosso perfil é freudiano , assenta numa mistura fascinante de fanfarronice e humildade , de imprevidência moura e confiança sebastiana , de inconsciência alegre e negro presságio. Sustentamos a ideia de que algum poder absoltuto ou maõzinha de Deus nos salvarão , mais do que as nossas próprias habilidades ou travos de astúcia humana.
A consciência oscila de uma congenital fraqueza  à convicção mágica de uma protecção divina , lamentavelmente sem a flecha da esperança. Somos grandes longe , fora de nós no Oriente de Sonho ou num Ocidente impensado ainda , cá entretemo-nos com o que a Europa celebra de sumptuoso ou fúnebre desde que se liquidou o feudalismo e se gerou o mundo capitalista (protestantismo ).
E o nosso grande Traumatismo Secular , evidencia-se com a perda da vontade de ressurreição.Somos um povo destinado à subalternidade , não existe uma remeditação global do destino e devir colectivos , mas mantas de retalhos , falsamente unidas por falsos fios de opostas ideologias , ou seja uma historiografia  pouco resistente e de certa forma descontinuada .
E análises destas só me deixam descansada relativamente ao sítio onde mijo ,este buraco de porcelana que antevê o "puxa para baixo " a quem tem horizontes com cem anos de avanço.E das duas uma , ou a pessoa à sombra da má consciência se vincula políticamente em relação ao Estado  ou a Pessoa se vincula orgânicamente em relação à Pátria , que talvez seja mais Nação hoje em dia , porque se trata de terra comum , habitada por gente comum  que a vicissitude política não altera .
Prefiro a segunda por mais cholé que possa suscitar .As minhas desculpas .  
  

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